"O poder das mãos"
Resumo
Vivendo e trabalhando com residentes, inúmeras vezes eles mostram as radiografias e cobram a pronta solução. Quando eu pergunto onde é exatamente a dor, se ele fez a palpação, qual manobra desencadeia a dor, se há mobilidade no foco da fratura, e outras perguntas "difíceis" como estas, gera-se um silêncio. É lógico que este silêncio fala mais que muitas palavras. Ele significa que o residente está confiando cada vez menos na anamenese e propedêutica; que ele quer se livrar do paciente o mais rápido possível; que a medicina está ficando mais cara; que os convênios encontram desculpas para não pagar decentemente o médico, alegando o alto custo com exames; que existe cada vez menos preceptores preocupados em ver se o residente sabe examinar; que o diagnóstico é algo setorial, nosológico, de localização imprecisa e que, com alguma sorte, o próximo exame vai revelar esse mistério. [...]