Técnicas em Ortopedia

Residência médica – o desinteresse dos médicos formandos

Richard Armelin Borger — 2024-12-13

O Brasil vem registrando nos últimos anos, um fenômeno preocupante. O país tem em média um médico especializado para cada 240 habitantes. Porém, apesar desta falta de especialistas, cada vez mais, os programas de Residência Médica não preenchem vagas. Os últimos dados indicam que 14,5% das vagas para R1 não são preenchidas. O painel da Educação Médica mostra ainda que no Brasil, 2,1 mil cursos de Residência Médica não preencheram nenhuma vaga.

Más quais seriam as causas para esse desinteresse dos novos formandos? Vários motivos são indicados: baixa remuneração da residência médica, carga de trabalho excessiva, necessidade de alguns formandos de pagar programas de financiamento estudantil e assim não conseguir se dedicar a residência médica e baixa qualidade de alguns desses programas. Nos últimos anos, vários serviços vêm oferecendo residência médica sem infraestrutura, programas de aulas insuficientes, apenas para ter o médico residente como mão-de-obra barata. Cabe aos órgãos competentes- Comissão Nacional de Residência Médica, MEC atuar para melhorar as condições de trabalho e aprendizado nestes serviços.

Neste contexto, gostaria de exaltar o nosso programa de Residência Médica. Sempre tivemos preocupação com a capacitação do residente no aprendizado ortopédico. Temos um programa de aulas, seminários e discussões de caso clínico que contemplam todas as áreas de atuação da ortopedia. Nossos residentes, sempre sob supervisão dos preceptores são ensinados a operar as mais diversas patologias. Tudo isso, além de preparar o residente para a melhor condução do paciente ortopédico, nos leva a ter aprovação total no exame anual da SBOT. Além disso, sempre tivemos preocupação com a parte científica. Aqui foi realizada a primeira Prótese Total de Quadril do Brasil (realizada por Mcke-Farrar). Vários ícones da Ortopedia passaram por nosso Serviço. participando de cursos, workshops ou cirurgias que em muito enriqueceram este serviço. Entre tantos, podemos citar- Ortollani, Salter, Charnley, Smillie, Trilat, Evans,Peterson, Celoria, Roger Mann.

Assim como a Residência Médica do HSPE, temos outros grandes centros ortopédicos no país e programas de residência médica sérios nas mais diversas áreas de atuação. Deste modo, creio que a especialização através da residência médica, apesar de precisar de melhorias, ainda deve ser o caminho trilhado pelos jovens médicos do país ao se formarem.

Instabilidade de tendões fibulares por peroneus quartus

Miguel Justo Mariano Paz — 2024-12-13

O estudo se concentra no diagnóstico e tratamento da instabilidade dos tendões fibulares especialmente em pacientes pediátricos. O relato de caso envolve uma ginasta de 13 anos com dor e subluxação dos tendões fibulares. O tratamento inicial com fisioterapia foi ineficaz, levando à cirurgia para correção. A técnica cirúrgica envolveu a exposição dos tendões, remoção de estruturas anômalas e estabilização com âncoras. Enfatizamos a importância do diagnóstico precoce e a eficácia do tratamento cirúrgico especialmente quando os métodos não invasivos falham.

Fasciotomia para tratamento de síndrome compressiva decorrente de lesão complexa da artéria radial

Caio de Almeida Oliveira — 2024-12-13

A síndrome compartimental é uma condição clínica que ocorre com o aumento da pressão intersticial num compartimento fechado, sendo este osteomuscular ou intra-abdominal, principalmente, desencadeando alteração do fluxo sanguíneo e, consequentemente, comprometendo a pressão intraluminal dos vasos. Sua etiologia está principalmente ligada ao trauma, podendo ainda estar relacionada a compressão externa, iatrogenia cirúrgica e reações inflamatórias.

Artroplastia reversa no tratamento da pseudoartrose do úmero proximal

André Leonardo Farias — 2024-12-13

A artroplastia reversa do ombro foi criada em 1980 pelo cirurgião francês Paul Grammont para pacientes com artropatia do manguito rotador associada à lesão irreparável do manguito. Com o melhor desenvolvimento da técnica cirúrgica e dos implantes outras indicações surgiram: fraturas complexas do úmero proximal, pseudoartrose, revisão de próteses convencionais, instabilidade crônica do ombro, artrite reumatoide ou outras doenças inflamatórias associadas à insuficiência do manguito, e reconstruções após ressecções oncológicas ou falhas de cirurgias prévias. Todavia, são crescentes os casos de complicações pós-operatórias, menor durabilidade e maiores taxas de revisões cirúrgicas, especialmente em pacientes mais jovens ou com altas demandas. Os desafios atuais da artroplastia reversa incluem o afrouxamento da glenosfera, instabilidade protética, durabilidade limitada em pacientes jovens, complicações relacionadas ao deltoide, restrições de movimento, risco de infecções, perda óssea glenoidal ou umeral, dificuldades técnicas em casos complexos e o alinhamento das expectativas dos pacientes com os resultados funcionais. Apresentaremos um relato de caso de uma paciente do sexo feminino, 55 anos, com sequela de fratura do úmero proximal esquero há 2 anos que foi tratada com artroplastia reversa do ombro.

Correção de consolidação viciosa dos ossos do antebraço

Douglas Manuel Carrapeiro Prina — 2024-12-13

As fraturas diafisárias dos ossos do antebraço são frequentes na população pediátrica e toleram variáveis desvios com resultados satisfatórios ao final do crescimento. No entanto, alguns pacientes adolescentes, quando tratados de forma conservadora, podem manter uma deformidade residual que resulta em déficits significativos de função do antebraço, principalmente a pronossupinação. Neste relato iremos descrever o caso de um paciente de 18 anos tratado de forma conservadora que evoluiu com perda importante da função do membro superior e foi então tratado através de correção com osteotomias e fixação rígida.